Bola Em Campo

14 de maio de 2010

D’Ale x Verón


D’Alessandro x Verón. Argentino contra argentino. Nesta quinta-feira, foi Brasil x Argentina. Na primeira partida das quartas de final da Libertadores da América, o craque do Inter e o dono do Estudiantes ficaram frente a frente no gramado do Beira-Rio. Palco gigante, do tamanho do talento de ambos. O zagueiro uruguaio Sorondo fez do Colorado o vencedor: 1 a 0, dramático. No duelo da categoria, La Brujita foi melhor. Nós observou o comportamento dos dois na partida, seguiu cada passo dos meio-campistas. Semana que vem, na Argentina, tem mais. O Inter tem o direito de empatar e até de perder por um gol, a partir do 2 a 1. O jogo será às 19h45m (de Brasília), no estádio do Quilmes.


La Brujita dá aula

Difícil dizer com exatidão o que Verón faz num campo de futebol. Ora desfila, ora passeia, sempre impressiona pela qualidade com que conduz o Estudiantes. Aos 35 anos, é um mito do clube argentino. La Brujita não veste a camisa 10 do time de La Plata, mas é o maestro. Tudo passa por ele. A escolha do número só pode ter uma razão. Verón está um nível acima. Com a 11, é puro talento em campo. Não por acaso foi escolhido por Maradona para ir à Copa do Mundo.

O meio-campista parece melhor a cada dia. Capitão do time, arma jogadas, faz cruzamentos e lançamentos precisos e até “apita” o jogo com o prestígio que tem. É raro vê-lo dar mais de dois toques na bola. Errar um passe é quase impossível. Como acerta quase tudo, se vê no direito de cobrar. Ai daquele companheiro que não entregá-lo uma bola redondinha. Foi assim que fez do Estudiantes o atual campeão da América.
Contra o Inter, Verón tentou usar suas artimanhas - cobrar faltas com a bola rolando está entre as preferidas dele. Acelerou e reduziu o ritmo do time como quis. Envolveu, tentou irritar os colorados. Das vezes que ficou livre, mesmo que por instantes, criou as melhores chances. Não foi tão perigoso como se imaginava. Se fez mais útil na defesa do que na frente, especialmente na primeira etapa.

O pé esquerdo de D’Alessandro dita o andamento do jogo vermelho. O 10 do Inter não é tão cerebral quanto Verón, mas pede bola da mesma forma, não se omite, parte para decidir. D’Ale é mais veloz, se desloca por todos os lados do gramado, cria espaços para os companheiros. É, sobretudo, mais ofensivo.

Também não conseguiu ser impecável nos primeiros 45 minutos. Combateu, auxiliou na marcação, trombou, inclusive com Verón, por mais de uma vez. Um cruzamento da ponta esquerda para área foi o melhor que chegou a produzir. Acabou devendo.

D’Ale joga 30 minutos. Verón gasta o tempo e a bola, mas Inter vence

A volta do intervalo apresentou um Inter acanhado nos primeiros 15 minutos. Experiente, o Estudiantes preferiu trocar passes no ritmo do tic-tac do relógio. Bem coisa de time argentino. Não há como negar o quanto eles fazem isso bem. Sobretudo Verón. Foi o momento em que ele mais abusou das inversões precisas de bola e dos passes de primeira. Em alguns lances abandonou a categoria. Foi na base da trombada mesmo. Quando encontrou Guiñazu e Bolívar pela frente, viu que não seria tão fácil assim.

D’Alessandro precisou de um pouco mais de tempo para aparecer. Criou a melhor chance do jogo, aos 21. Pela ponta direita, atraiu a marcação, rolou a bola no vazio e deixou Nei em condição perfeita para cruzar. Alecsandro cabeceou bonito, e o goleiro Orión fez uma espetacular defesa. Surpreendentemente, nove minutos mais tarde, o técnico Jorge Fossati tirou o camisa 10 para a entrada de Giuliano.

O Inter sabia que seria preciso partir para o abafa. Deixar o adversário sair de Porto Alegre com um empate não passava pela cabeça. Passou sufoco, mas conseguiu ficar na frente neste jogão com cara de final. Aos 42 minutos, Sorondo, aproveitando cobrança de falta para área, usou a cabeça para deixar o Colorado mais perto da semifinal.

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