Bola Em Campo

19 de fevereiro de 2010

"Operação Flanelinha"


Após ganhar força em sites de relacionamentos e comunidades virtuais, a “Operação Flanelinha” já começou a ser deflagrada por alguns cruzeirenses.

E os torcedores celestes prometem colorir metade do Mineirão de laranja no clássico deste sábado contra o Atlético-MG, às 17h, pela sexta rodada do Campeonato Mineiro.

Nesta sexta-feira, em frente à sede social do Cruzeiro no Barro Preto, um dos pontos de venda de ingressos para o clássico, alguns torcedores celestes já exibiam suas flanelas em “homenagem ao rival”. Uma delas era estilizada, com o desenho de um Galo trabalhando como flanelinha e orientando a Raposa a estacionar seu carro na última vaga do G-4.

- O Cruzeiro às vezes me decepciona... mas o Galo nunca – diz a frase acima da ilustração.

A piada, vale lembrar, diz respeito ao fato de o Atlético ter “guardado” a vaga na Libertadores de 2010 para o Cruzeiro. Isso porque o Galo passou a maior parte do Campeonato Brasileiro no G-4, perdendo posições na reta final, ao passo que a Raposa recuperou-se no fim e conquistou a classificação.

- O movimento de levar flanelinhas ao Mineirão não tem um idealizador. Nasceu e ganhou força na internet. Nosso objetivo não é formar um mosaico, mas simplesmente é levantar e agitar as flanelinhas durante os cânticos da torcida – afirmou o produtor de eventos Walter Seixas, de 24 anos, que estima a adesão em massa por parte dos cruzeirenses e projeta um tom laranja no lado celeste do estádio.

A animação entre os cruzeirenses para a partida é grande. Romulo César é outro que já comprou ingresso e flanela. Aliás, flanelas. Ele vai ao estádio com o primo Wesley Fernando, mais alguns parentes e amigos.

- Para o primeiro clássico do ano, preparamos uma homenagem singela ao time e à torcida do Atlético-MG por terem guardado a vaga da Libertadores 2010 para o Cruzeiro. Passei no supermercado, comprei 20 flanelas ao custo de R$ 1,98 cada uma. Como eu tinha 40 reais no bolso, sobraram 40 centavos. Repassei o troco a um flanelinha como forma de agradecimento, por ter vigiado minha vaga o tempo todo! Obrigado, flanelinhas! No sábado, faremos uma homenagem completa.

Outro adepto da “Operação Flanelinha”, o advogado Fabrício Reis, de 35 anos, disse que muitos torcedores, como ele próprio, estão comprando várias flanelas para distribuir nos arredores do Mineirão, antes do clássico.

- Mesmo se o Cruzeiro perder por 20 a 0, vamos continuar agitando as flanelas, porque a vaga na Libertadores ainda vai continuar sendo nossa – esnobou Fabrício Reis.

O movimento também já tem duas músicas para provocar os atleticanos: "Ei, flanelinha, eu já sabia que essa vaga era minha" e "Não é mole, não, Libertadores só entra campeão".



Em campo, jogadores pregam respeito ao rival

Na Toca da Raposa 2, o técnico Adilson Batista prefere se manter alheio ao que alguns cruzeirenses já estão chamando de “Clássicos das Flanelinhas”.

- Não me envolvo com isso. Meu negócio é trabalhar, vivenciar aqui. O torcedor tem todo o direito de fazer aquilo que ele acha que é importante. Minha preocupação é treinar os meninos aqui.


O volante Marquinhos Paraná acha natural a brincadeira entre os torcedores, mas diz que os jogadores estão focados apenas no clássico.

- O torcedor vai a campo para brincar com a cara do outro, principalmente em um jogo desse. Nós temos de respeitar os profissionais que estão lá do outro lado, procurar jogar futebol e fazer o nosso melhor dentro de campo. E que vença o melhor.

Já o também volante Henrique disse que os jogadores celestes não podem se envolver pelo clima de gozação dos torcedores.

- Isso é influência de torcedor. Dentro de campo, a gente não pode deixar se influenciar por isso. Provocações sempre existiram. Gozação de torcedor, um com o outro, isso é normal. Não é só entre Cruzeiro e Atlético, mas entre São Paulo e Corinthians, todas equipes com os torcedores têm isso. A gente, dentro de campo, faz o nosso papel, o nosso trabalho direito, para que possa vencer.

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