Bola Em Campo

22 de outubro de 2009

nordestino vive dias complicados

O futebol nordestino corre sério risco de fechar 2009 com balanço negativo no cenário nacional. A se julgar pelo panorama das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, a região deve ter grande perda em representação para 2010. Os números - e a qualidade do futebol - são prova disso. Dos nove times do Nordeste nas duas primeiras divisões a conta pode cair para sete. E, pior, com menos equipes na Série A.

Hoje, a região possui três representantes na elite - Vitória, da Bahia, e Náutico e Sport, de Pernambuco. Mas apenas os baianos estão longe do rebaixamento, em 9º lugar. Os pernambucanos ocupam a 18ª e 19ª posições, respectivamente. Caso os dois caíam certamente a representação nordestina ficará menor. Na Série B apenas o Ceará, com o 3º posto, possui chances de subir. De resto, Bahia, América-RN, Fortaleza, ABC-RN e Campinense-PB ocupam as cinco últimas colocações - os quatro piores são degolados. O atenuante nesse caso é a classificação de ASA-AL e Icasa para a Série B e do Alecrim-RN para a Série C.

Para o diretor de competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Virgílio Elísio, é necessário se repensar o planejamento estratégico dos clubes. ``Não precisa transformar (o clube) em empresa, mas se pensar na busca de receitas, que não pode ser só bilheteria, precisa de parcerias com a classe empresarial, uma relação de ganha-ganha``, destaca, ressaltando, porém, que clubes tidos como grandes de outras regiões também passam por dificuldades.

O jornalista pernambucano Tiago Medeiros, do blog Futebol Nordestino, do site Globoesporte.com, pontua que, racionalmente, as campanhas não podem ser consideradas decepcionantes. Ele toca na tecla da falta de planejamento e diz haver um ``continuísmo eterno de erros``, como a contratação de pacotões e falta de investimento na base. ``O Brasileiro, pelo sistema de pontos corridos, favorece àqueles que têm elencos qualificados, o que é difícil de se montar sem recurso``

. Tiago ressalta a campanha do Ceará, com o trabalho do treinador PC Gusmão e as ações de marketing da diretoria. ``O Ceará vai para Série A porque, enfim, se comportou como clube grande, que realmente é``. Em contrapartida, critica o Fortaleza. ``Um clube que contrata mais de 50 jogadores no ano não pode ir a lugar algum. Isso é desespero, despreparo. Onera o clube e ainda dá brechas às dívidas trabalhistas``, avalia Tiago, ressaltando, contudo, que o Leão acertou na contratação de Roberto Fernandes.

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