Não tem veado, aqui no grupo

Treinador do Goiás afirma que não trabalha com homossexuais, mas depois volta atrás e diz que não teria problemasA classificação do Goiás para as oitavas de final da Copa Sul-americana ficou em segundo plano depois de polêmicas declarações do técnico Hélio dos Anjos. O treinador se irritou com parte da imprensa goiana que relaciona a queda do rendimento do time com a chegada do atacante Fernandão."Primeiro ficam pedindo jogador experiente. Aí quando vem, começam a criticar. O Fernando sei lá o quê, que o grupo está com ciúme. Homem com ciúme de homem para mim é veadagem. Não trabalho com homossexual, não tem veado aqui no meu grupo", disparou o comandante esmeraldino após a vitória nos pênaltis sobre o Atlético/MG, ontem à noite.Cabeça friaPara evitar maiores problemas, Hélio veio a público ontem e tentou esclarecer o caso."Se existe esse negócio de ciúme e inveja no grupo, existe a frescuragem, a veadagem. Mas isso não quer dizer que o cara seja homossexual", argumentou o técnico do Goiás, em entrevista à ESPN Brasil.O treinador ainda reiterou que o relacionamento de Fernandão com o restante do grupo é bom. "O cara estava há um ano e meio jogando fora, em um futebol diferente. Daí ele chega e já começam a falar de ciúme, essas conversinhas. O Fernando é um cara simples, faz tudo que é pedido. Não existe tratamento diferenciado nem da diretoria nem da comissão técnica do Goiás", assegurou.Por fim, o comandante do Goiás garantiu que não teria problema em trabalhar. "Um homossexual jogaria no meu time, com toda a certeza. A gente sabe que no futebol não tem tanto como falam. Mas, desde que seja profissional, eu escalaria sem problemas", concluiu Hélio dos Anjos.O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis, criticou as declarações do treinador do Goiás. "Isso é um ato discriminatório e preconceituoso", comentou Reis.